Representantes dos Espaços de Apoio da região se reúnem em Quito para coordenar trabalho conjunto
Nos dias 29 e 30 de novembro, representantes de organizações da sociedade civil, organizações internacionais e chancelarias, secretarias e ministérios de 14 países da América Latina e Caribe se reuniram na cidade de Quito para o Encontro Regional sobre Centros de Proteção e Integração e Espaços de Apoio a pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas, realizado no marco do Processo de Quito como continuidade desse eixo temático. O evento foi concebido a partir das recomendações da Declaração de Brasília como passo inicial na conformação de uma possível rede regional de gestores de espaços de apoio, recebendo suporte de ACNUR, OIM, ONU Habitat e UNICEF, além da organização Ret Américas, em sua organização.
O encontro teve como objetivos fomentar o intercâmbio de informação e boas práticas entre gestores técnicos, com enfoque especial no fortalecimento de capacidades, promover a implementação de padrões e linhas de trabalho comuns na atenção às pessoas refugiadas e migrantes, e fortalecer a coordenação entre as redes locais de proteção e integração dessa população na região.
Para isso, os participantes foram apresentados ao histórico do Processo de Quito pela Secretaria Técnica e a uma conceitualização sobre os Espaços de Apoio pela R4V, além dos Princípios Reitores desses espaços aprovados no Capítulo de Lima, que se baseiam em padrões internacionais contemplados nos Direitos Humanos e otras ferramentas globais, regionais e nacionais sobre a proteção e atenção a pessoas em situação de mobilidade humana. Outra iniciativa compartilhada foi o mapeamento regional dos centros e serviços desenvolvido pela plataforma, que pode servir de instrumento valioso para a orientação dessa população.
O Equador compartilhou suas boas práticas e dados sobre os espaços de apoio do país, que foram evidenciadas durante três visitas de campo, e a rede de centros IntegrHa-bitat foi apresentada por ONU Habitat como uma importante iniciativa regional. A resposta brasileira também ganhou destaque, através da apresentação sobre os espaços de apoio oferecidos no marco da Operação Acolhida, e a coordenação entre sociedade civil, autoridades locais e organismos internacionais implementada pelo governo federal.
Buscou-se promover a aproximação entre os participantes ao longo de todo o evento, através de atividades em grupo, quando se fez um levantamento das principais necessidades, desafios e as fortalezas de cada contexto nacional, além de atividade conjunta entre grupos de diferentes países, quando os participantes puderam elaborar um plano de ação a ser apresentado a potenciais apoiadores. O papel da sociedade civil na resposta humanitária e no acolhimento de pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas foi evidenciado em diversas falas, reforçando a aproximação desses atores de linha de frente com o Processo de Quito.
Ao fim do evento, os representantes de cada país ou região fizeram o levantamento de ações locais que podem ser coordenadas como seguimento para um próximo encontro. No total, cerca de 70 pessoas participaram do encontro regional e demonstraram seu interesse em dar continuidade a esse trabalho conjunto.